Suspeitos de divulgar fotos íntimas de mulheres são alvo de operação em RR
Cinco jovens, com idades entre 22 e 24 anos, foram alvos de uma operação da Polícia Civil de Roraima (PCRR) nesta terça-feira (17), suspeitos de integrar um grupo de WhatsApp usado para compartilhar fotos e vídeos íntimos de mulheres sem consentimento.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos bairros Asa Branca, Centro e Paraviana, em regiões nobres de Boa Vista.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), tramita desde dezembro de 2024 e teve início após a denúncia de uma das vítimas, que soube que suas imagens estavam circulando no grupo.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Kamilla Basto, a mulher confirmou a exposição após conversar com conhecidos que tinham contato com os suspeitos. Outras testemunhas, incluindo amigos dos envolvidos, prestaram depoimento e relataram a existência do grupo usado para a disseminação das imagens.
De acordo com a delegada, os cinco investigados mantinham relações afetivas com as vítimas e registravam os conteúdos íntimos – consentidos ou não – para compartilhamento no grupo.
Há indícios de que outros integrantes também tenham participado da prática criminosa, e a polícia acredita que o número de vítimas seja maior do que o identificado até agora.
Durante a operação, celulares e dispositivos de armazenamento digital foram apreendidos e serão analisados pelo Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA). A perícia vai buscar novas evidências, como a identificação de outras vítimas e possíveis envolvidos.
Além dos crimes relacionados à divulgação de conteúdo íntimo, um dos investigados foi preso em flagrante por posse de munição de uso restrito, encontrada durante o cumprimento dos mandados. Ele foi encaminhado ao Plantão Central I (PCI), na sede do 5º Distrito Policial, onde foi lavrado auto de prisão em flagrante.
A delegada Kamilla Basto reforçou que tanto o registro quanto o compartilhamento de imagens íntimas sem autorização são crimes previstos no Código Penal. Ela alertou para os riscos da produção e circulação de nudes, mesmo quando a gravação é consentida.
“Uma vez que a imagem é produzida, a pessoa perde o controle sobre a circulação. Isso pode facilitar o acesso por indivíduos mal-intencionados. Por isso, é fundamental redobrar os cuidados com o compartilhamento desse tipo de conteúdo”, orientou a delegada.
A investigação segue em andamento com novas oitivas e a análise do material apreendido. Após a conclusão, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público para análise sobre o oferecimento de denúncia.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo
FonteCNN Brasil
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