OpenAI rompe com a Scale AI após Zuckerberg investir e levar fundador

A OpenAI decidiu encerrar sua parceria com a Scale AI, startup especializada em rotulagem de dados, poucos dias depois de a Meta, de Mark Zuckerberg, anunciar um investimento bilionário na empresa e contratar seu fundador.

Segundo a OpenAI, a Scale representava apenas uma pequena parte de suas necessidades de dados. A empresa de Sam Altman afirmou que vinha reduzindo gradualmente sua dependência da startup mesmo antes de a Meta adquirir 49% de participação e levar o CEO Alexandr Wang para liderar uma nova divisão de “superinteligência”. Outros funcionários da Scale também devem migrar para a big tech.

A mudança ocorre em meio a incertezas sobre o impacto do acordo com a Meta nos negócios da Scale. A gigante das redes sociais prometeu investir US$ 14,3 bilhões na startup — valor que gerou preocupações entre concorrentes sobre possível acesso privilegiado da Meta aos bastidores do desenvolvimento de IA de rivais. O Google, outro cliente da Scale, também estaria prestes a romper com a empresa, segundo a Reuters.

Na semana passada, a CFO da OpenAI, Sarah Friar, havia sinalizado a intenção de manter a colaboração com a Scale, afirmando durante a conferência VivaTech, em Paris: “Não queremos congelar o ecossistema só porque aquisições acontecem.” No entanto, de acordo com um porta-voz da OpenAI, a companhia concluiu nos últimos meses que a Scale já não atendia às suas necessidades, que agora exigem parceiros com maior sofisticação técnica em dados para treinar modelos mais avançados.

A OpenAI está focada no desenvolvimento de sistemas capazes de raciocinar como humanos e de agentes autônomos que executem tarefas com mínima intervenção dos usuários. Para isso, vem recorrendo a novos fornecedores, como a Mercor — que antes atuava com recrutamento por IA e agora conecta especialistas a projetos de IA de ponta.

Fundada em 2016, a Scale atraiu grandes nomes como Google, Meta e OpenAI ao oferecer dados para treinar modelos de inteligência artificial. Inicialmente baseada em exércitos de freelancers para rotular textos e imagens, a empresa passou a contratar profissionais com doutorado e formação técnica avançada na tentativa de evoluir junto com os desafios da IA moderna.

Procurada, a Scale AI não quis comentar.

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