Servidores da Abin pedem saída de diretor-geral indiciado pela PF
A Intelis, que representa servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), divulgou uma nota nesta terça-feira (17) em que pede a saída da atual cúpula do órgão, chefiada pelo diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito conhecido como “Abin paralela”.
“É inadmissível que indivíduos sobre quem pesam acusações graves de obstrução de justiça continuem ocupando cargos de comando na Abin. O próprio diretor-geral afastou de cargos servidores orgânicos que eram apenas citados nas investigações. Pela mesma lógica, não pode ele próprio se manter no cargo máximo da agência, com poderes para seguir incorrendo nos alegados crimes”, diz a entidade.
Os servidores declaram, novamente, o discurso de que alertaram a sociedade e o governo sobre ter uma gestão de delegados da Polícia Federal à frente da Abin, e não servidores de carreira de inteligência. E cobram mais uma vez da Casa Civil, onde a Abin está sob o guarda-chuva, a saída da cúpula atual.
Em meio às investigações, Alessandro Moretti, ex-diretor-adjunto do órgão, deixou o cargo.
“É absurdo sequer cogitar a permanência da atual direção e a continuidade do processo de definhamento e desmonte da Inteligência de Estado, a mais maltratada e desvalorizada entre os grandes países do mundo. É ainda pior que membros de outro órgão do poder executivo queiram opinar na mídia sobre os rumos de uma atividade que desconhecem e que não deveriam possuir ingerência”, finalizam.
A CNN procurou a Abin sobre os indiciamentos. O órgão informou que não vai se manifestar no momento. A Casa Civil também foi procurada, mas não se pronunciou.
Entenda
A Polícia Federal (PF) concluiu e enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório do inquérito que apura o uso ilegal de ferramentas de monitoramento na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso que ficou conhecido como “Abin Paralela”.
Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin; e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), além do atual diretor-geral da Abin.
No total, mais de 30 pessoas foram indiciadas sob suspeita de utilizar ilegalmente a estrutura da Abin para realizar o monitoramento irregular de autoridades públicas e ministros do STF.
A investigação aponta que ministros do STF, deputados e jornalistas tiveram suas localizações rastreadas por essa “Abin paralela”, estruturada à margem dos procedimentos legais da agência.
FonteCNN Brasil
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