FIIs de papel rendem oito vezes mais que tijolo, mostra Rio Bravo

FIIs de papel rendem oito vezes mais que tijolo, mostra Rio Bravo (Imagem: KBL Studio/ iStock)
Os fundos imobiliários de papel renderam, pelo menos, oito vezes mais que os de tijolo nos últimos 12 meses, segundo o Índice Rio Bravo de Fundos Imobiliários (RBIX), que mede o desempenho do IFIX, principal indicador do setor, com distinção entre os tipos de ativos.
Enquanto os FIIs de recebíveis acumularam alta de 6,8%, aqueles focados em imóveis físicos avançaram apenas 0,8%.
No mesmo período, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários subiu 2,7%.
“O IFIX consolida todos os tipos de fundos, sem fazer distinção entre eles, mas os de papel e os de tijolo têm dinâmicas, riscos e vetores de performance muito diferentes”, explica Isabella Pereira, gestora da Rio Bravo.

De forma geral, os fundos de recebíveis, que investem majoritariamente em ativos de renda fixa, como CRIs, foram favorecidos pela taxa Selic elevada — atualmente em 14,75% —, já que muitos dos papéis são atrelados ao CDI.
“Apesar de esses FIIs se beneficiarem dos juros altos, é fundamental ficar atento à qualidade dos devedores, que precisam honrar suas obrigações”, alerta Isabella.
Na outra ponta, os fundos de tijolo — que aplicam diretamente em imóveis, como shoppings, galpões logísticos e prédios corporativos — seguem com fundamentos sólidos, segundo a gestora. Ela avalia que eles contam com vacância controlada, inquilinos de bom perfil e ativos bem localizados, que continuam gerando renda.
Mesmo com essas qualidades, ainda assim, são pressionados pela alta da Selic, que afeta as cotações no mercado. “Os FIIs de tijolo são investimentos de médio e longo prazo, que precisam de tempo para maturar suas teses. Muitas vezes perdem valor na Bolsa de Valores por conta dos juros, sem que isso afete seus fundamentos”, explica.
Oportunidades no setor
Mesmo com a forte valorização em 2025, a gestora acredita que ainda há espaço para ganhos e oportunidades nos fundos imobiliários.
“A expectativa do fim do ciclo de aperto monetário tem impulsionado a performance dos FIIs, que, apesar da alta acumulada neste ano, seguem negociando com muito desconto no mercado secundário”, ressalta.
Ela destaca que as cotas dos fundos de tijolo estão hoje com um desconto médio de 17% em relação ao valor patrimonial, enquanto os de recebíveis têm deságio de 9%.
“O momento segue muito atrativo para quem busca renda passiva e potencial de valorização no médio prazo”, afirma.

FonteMoneytimes
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