Bilionário herdeiro de império de cosméticos Estée Lauder morre aos 92 anos
Durante quase 40 anos à frente da americana Estée Lauder, uma das maiores fabricantes de cosméticos do mundo, fundada por seus pais, Leonard Lauder supervisionou o lançamento ou aquisição de marcas como Clinique, Aveda, MAC Cosmetics, Tom Ford Beauty, Bobbi Brown, Jo Malone London e La Mer.
A empresa familiar abriu o capital em 1995, e o preço das ações subiu 33% no primeiro dia de negociação. Quando Lauder entrou na empresa da família, em 1958, a receita anual era de cerca de US$ 800 mil, segundo ele. Em 2009, ano em que deixou a presidência do Conselho de Administração, a receita anual ultrapassava US$ 7,3 bilhões.
O patrimônio líquido bilionário de Lauder estava fortemente ligado à sua participação de mais de 80 milhões de ações da empresa. Em março de 2023, ele era estimado em US$ 26,2 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Em junho de 2025, após uma longa queda no valor das ações, seu patrimônio estimado era de US$ 15,6 bilhões.

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Seu irmão mais novo, Ronald Lauder, administrou as operações internacionais antes de se tornar presidente da divisão Clinique Laboratories da empresa, em 1994. Ele foi embaixador dos EUA na Áustria entre 1986 e 1987 e tentou, sem sucesso, a indicação do Partido Republicano para concorrer nas eleições para prefeito de Nova York em 1989, perdendo para Rudolph Giuliani.
Marcas separadas
A Estée Lauder fabrica e vende mais de 25 marcas de cremes faciais, maquiagens, perfumes e shampoos em mais de 150 países. Um dos segredos do sucesso, contou Lauder a uma plateia na Escola de Negócios de Stanford em 2004, foi manter as marcas separadas da Estée Lauder e em competição entre si, criando uma dinâmica que ele chamava de “rivalidade entre irmãos”.
Outro ponto-chave, disse ele ao Wall Street Journal em 2020, foi colocar mulheres talentosas em cargos de liderança.
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— Tentei encontrar pessoas mais inteligentes do que eu — afirmou Lauder numa ocasião. — A maioria eram mulheres.
Leonard Alan Lauder nasceu em 19 de março de 1933, na cidade de Nova York, o primeiro dos dois filhos de Joseph Lauter e de Josephine Esther Mentzer. O empresário faleceu no sábado, aos 92 anos, cercado pela família, segundo um comunicado da Estée Lauder.
A empresa, surgiu do espírito empreendedor da mãe de Leonard, filha de imigrantes judeus do Leste Europeu. A partir da década de 1930, ela começou a vender hidratantes e corretivos que seu tio, um químico, ensinou-a a fazer. Para o nome do negócio, ela criou Estée — uma versão sofisticada de Esty, um de seus apelidos — e suavizou o sobrenome do marido, Lauter, para Lauder.
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‘Vagamente europeu’
“Ela queria algo que soasse feminino e vagamente europeu, distinto, elegante e fácil de pronunciar e lembrar”, escreveu Lauder em suas memórias de 2020.
Seus pais se divorciaram em 1939, casaram-se novamente em 1942 e fundaram a empresa em 1946. Um ano depois, receberam seu primeiro grande pedido, da loja Saks Fifth Avenue: US$ 800 em produtos, segundo o histórico da empresa.
Lauder formou-se na Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, em 1954 e serviu como tenente da Marinha dos EUA antes de entrar na Estée Lauder, em 1958.
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Ele foi um dos principais responsáveis pela expansão internacional da marca, começando com a abertura de um balcão na loja de departamentos Harrods, em Londres, em 1960.
Lauder atribuía à mãe o mérito de diferenciar a marca de concorrentes já estabelecidas — como Elizabeth Arden, Revlon e Helena Rubinstein — ao posicioná-la como um produto vendido apenas nas lojas de departamento mais sofisticadas, como a Saks em Nova York, Himelhoch’s em Detroit e Sakowitz em Houston.
— Quanto menos lojas vendermos, mais sucesso teremos — disse Lauder ao New York Times em 1982. — Lançamos tudo muito, muito devagar.
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Sucessão
Leonard Lauder foi presidente da Estée Lauder de 1972 a 1995, CEO de 1982 a 1999 e presidente do conselho de 1995 a 2009, quando se tornou presidente emérito e seu filho, William, assumiu como presidente executivo. Permaneceu no conselho até 2023.
Colecionador de arte, doou ao Museu Metropolitano de Arte de Nova York sua coleção de arte cubista, avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Foi também presidente emérito do Whitney Museum of American Art, que nomeou sua nova sede em homenagem a ele.
Sua filantropia extensa incluiu a fundação, junto ao irmão, da Alzheimer’s Drug Discovery Foundation, voltada à doença que afetou sua mãe.
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Vendas de batom e ciclos econômicos
O empresário também ficou conhecido pela ideia de que as vendas de batons podem servir como um indicador econômico anticíclico, já que as mulheres recorrem a cosméticos mais acessíveis quando não podem comprar roupas e outros itens de luxo mais caros.
Lauder teve dois filhos, Gary e William, com sua primeira esposa, Evelyn Hausner, que faleceu em 2011. Ela foi cofundadora da Fundação de Pesquisa do Câncer de Mama. Em 2015, ele se casou com Judy Glickman, fotógrafa cujas obras estão em museus ao redor do mundo.
Ele deixa a esposa, os filhos, vários netos e bisnetos, além do irmão Ronald e sua família, segundo o comunicado da empresa.
FonteInformoney
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