Taxas recuam com negociações sobre IOF e novas medidas  

Títulos recuam com negociações sobre IOF e novas medidas (Imagem: Brenda Rocha/Blossom/Shutterstock)

As taxas dos títulos do Tesouro Direto operam em queda, em sua maioria, nesta segunda-feira (9), na comparação com o fechamento anterior.

Na primeira atualização do dia, às 9h32 (horário de Brasília), os papéis atrelados à inflação exibiam os seguintes retornos:

• Tesouro 2029: IPCA +7,47% (ante 7,52% no último fechamento)
• Tesouro 2040: IPCA +7,00% (ante 7,02%)
• Tesouro 2050: IPCA +6,98% (ante 6,99%)

Entre os prefixados, os juros operam de forma mista:

• Tesouro Prefixado 2028: 13,68% (ante 13,74% no último fechamento)
• Tesouro Prefixado 2032: 13,94% (ante 13,94%)
• Tesouro Prefixado 2035 com juros semestrais: 14,05% (ante 14,04%)

Novas medidas do governo

O movimento de queda ocorre em meio à repercussão do mercado sobre o acordo entre o Governo Federal e o Congresso para revisão do decreto que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), já que a percepção fiscal tem impacto direto sobre os juros.

Segundo as medidas apresentadas pela equipe econômica aos líderes da Câmara, em reunião que durou cerca de seis horas no domingo (8), a compensação virá por meio do aumento de taxação sobre as bets, mudanças na tributação de instituições financeiras e fim de isenções em investimentos.

A proposta é de cobrança de Imposto de Renda de 5% sobre títulos de renda fixa atualmente isentos, como as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).

Futuro da Selic

Além do cenário fiscal, os investidores acompanham as expectativas em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic.

No final de semana, durante fórum da Esfera, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que a autoridade monetária está cautelosa em relação ao futuro da taxa básica de juros e sinalizou que todas as opções estão sobre a mesa.

Segundo Galípolo, o Comitê ainda avalia os dados e mantém flexibilidade para a decisão no encontro da próxima semana.

EUA: Treasuries e guerra comercial

No cenário internacional, os mercados acompanham as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, com uma reunião marcada para hoje, em Londres, entre representantes dos dois países.

Participam do encontro o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, que se reunirão com autoridades chinesas.

Segundo o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, os negociadores buscam um aperto de mão com a China para selar o acordo sobre terras raras alcançado pelos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.

“O objetivo da reunião de hoje é garantir que eles estão falando sério e literalmente dar um aperto de mãos”, disse Hassett em uma entrevista à CNBC.

Na esteira das negociações, os rendimentos dos Treasuries de 20 e 30 anos operavam em 5,01% e 4,98%, respectivamente, enquanto os papéis de 10 anos — referência global — pagavam 4,51% nesta manhã.

Confira as taxas do Tesouro Direto nesta segunda-feira (9)