Irã acusa Trump de racismo e islamofobia por veto a estrangeiros de 12 países

Irã acusa Trump de racismo e islamofobia por veto a estrangeiros de 12 países


O governo do Irã criticou neste sábado (7) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de proibir a entrada de cidadãos iranianos e de outros 11 países nos EUA. Para Teerã, a medida representa uma “mentalidade supremacista e racista” enraizada no governo americano.

“É um sinal claro da dominação de uma mentalidade supremacista e racista entre os legisladores americanos”, afirmou Alireza Hashemi-Raja, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã. “Essa decisão demonstra uma profunda hostilidade contra os iranianos e os muçulmanos”, completou.

Segundo o comunicado iraniano, o novo decreto presidencial “viola princípios fundamentais do direito internacional” ao privar “centenas de milhões de pessoas do direito de viajar com base apenas em sua nacionalidade ou religião”. Hashemi-Raja afirmou ainda que a decisão pode acarretar “responsabilidade internacional” para os EUA, mas não detalhou possíveis medidas retaliatórias.

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Além do Irã, estão incluídos na proibição países como Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Outros sete países — Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela — sofreram restrições parciais.

Ao assinar o decreto, Trump alegou que as restrições são motivadas por preocupações com a segurança nacional. “O presidente está cumprindo sua promessa de proteger os americanos de atores estrangeiros perigosos que querem vir até aqui e nos fazer mal”, afirmou uma porta-voz da Casa Branca.

O texto da medida destaca que os países afetados apresentam altas taxas de permanência irregular após o vencimento do visto e, em alguns casos, são apontados como colaboradores de grupos terroristas — como o Irã e o Iêmen. Já nações como a Líbia e o Haiti foram incluídas por, segundo o governo americano, carecerem de autoridade central capaz de monitorar adequadamente seus cidadãos.

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A nova ordem executiva remete à polêmica política do primeiro mandato de Trump, quando ele impôs um veto à entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana. A medida foi duramente criticada e posteriormente revogada pelo presidente Joe Biden em 2021. Na época, o democrata classificou o veto como “uma mancha na consciência nacional”.

As relações diplomáticas entre EUA e Irã estão rompidas desde 1979. Na semana passada, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou uma proposta americana para retomar o acordo nuclear, ampliando a tensão entre os dois países.



FonteInformoney

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